Harald I da Dinamarca
Harald I da Dinamarca ( c. 935 — 1 de Novembro de 985 ou 986) era filho de Gorm, o Velho e de Thyra. Faleceu combatendo uma rebelião liderada por seu filho Svend, após reinar como rei da Dinamarca a partir de 958 e como rei da Noruega durante dez anos.
A sua biografia encontra-se resumida numa inscrição de uma das pedras de Jelling:
Harald, rei, ordenou que estes monumentos fossem erigidos em memória de seu pai, Gorm, e de Thyra, sua mãe. O Harald que conquistou toda a Dinamarca e Noruega e que fez dos dinamarqueses cristãos.
Conversão da Dinamarca ao cristianismo:
Apesar dos antecessores de Harald já terem adoptado o cristianismo, instigados pelos reis carolíngios em 826, o paganismo continuou a predominar na Dinamarca e nos outros territórios nórdicos durante séculos. A sua mãe pode ter-lhe oferecido as primeiras sementes do cristianismo, quando criança, algo que o seu pai teria combatido, como fervoroso servo de Odin. Quando Harald se converteu em 965, adaptou os túmulos de Jelling, iniciados por seu pai, à forma de monumentos cristãos, em honra de seus pais. Os monumentos de Jelling são descritos como uma declaração de Harald da sua conversão à nova religião. Pensava-se que, com estes monumentos, ele tentava conduzir uma transição suave entre o paganismo e o cristianismo, tanto para ele, como para os seus súbditos.
Entretanto, a religão cristã tinha vindo a ganhar raízes entre alguns dinamarqueses. Até alguns membros da nobreza tinham abraçado a fé cristã.
Os missionários cristãos, no entanto, só conseguiram um avanço substancial em 935. Nessa altura, o arcebispo de Hamburgo-Bremen recebeu autorização de Haroldo para pregar na Dinamarca, apesar de este ainda não ser rei. A partir de 948, foram estabelecidas sés episcopais em Ribe, Hedeby e Aarhus. Ao converter-se em 965, Harald tornou-se par dos demais monarcas europeus não-escandinavos.
A bispado de Odense foi fundado em 980, na ilha da Fiónia. O terreno de sacrifícios em Lethra, na Zelândia, onde ocorriam sacrifícios humanos, de quando em vez, foi abandonado. O rei Harald mudou a residência real para Roskilde e aí ergueu uma igreja de madeira, em honra da santa trindade. Esta foi substituída no século XI por uma basílica, que acabou por ser demolida. Desde cerca do ano 1200, o local tem sido ocupado pela catedral gótica de São Lúcio, o local onde se encontram sepultados os reis da Dinamarca. Durante o reinado de Harald, foram construídos muitos outros locais de culto, por toda a Dinamarca, onde sacerdotes dinamarqueses e alemães pregavam o evangelho.
Harald professava, sem dúvida, o cristianismo e contribuiu para a sua expansão. Mas a sua moral e a sua conduta violavam de várias formas os mandamentos bíblicos. Esta atitude perante o cristianismo podia ser observada por todo o mundo nórdico. O Deus cristão tornou-se uma parte da vida dos nórdicos, a par dos deuses que já existiam. Um bom exemplo são as pedras de Jelling, que misturam motivos pagãos e cristãos. Em consequência, muitas pessoas viram nas conspirações de Sueno para derrubar o pai como um castigo dos céus. Sueno juntou-se a um chefe tribal da Fiónia, que defendia o paganismo. Em 1 de Novembro de 985 ou 986, Haroldo foi morto por estes, em combate. Os seus restos mortais encontram-se na catedral de Roskilde.
O Reinado de Harald I:
Durante o seu reinado, Harald acarinhou outros projectos, para além das Pedras de Jelling, projectos esses destinados a assegurar o controlo enconómico e militar do seu país. Mandou construir fortes circulares, em 5 localizações estratégicas. Todos os 5 fortes partilhavam características semelhantes: "perfeitamente circulares, com portões abrindo-se para os quatro cantos da terra, com um terreiro dividido em quatro áreas preenchidas com casas dispostas em quadrado".
Construiu também a mais antiga ponte conhecida do sul da Escandinávia, a ponte de Ravninge, com 5 metros de largura e 760 metros de comprimento.
Com a existência de uma paz interna duradoura, voltou os seus pensamentos para o exterior. Ajudou diversas vezes o rei Ricardo I da Normandia em 943 e 963. Após o assassínio de Harald II da Noruega, trouxe a si o domínio daquele país.
Porém, as sagas retratam-no de uma forma negativa, descrevendo como foi obrigado a submeter-se ao príncipe sueco Styrbjörn Starke por duas vezes. Na primeira vez, deu-lhe sua filha Tyra em casamento. Na segunda vez, teve que se oferecer como refém e fornecer barcos para a sua frota. Styrbjörn tentou conquistar a Suécia ao levar a frota para Uppsala, mas Harald não manteve a sua palavra e ordenou que os dinamarqueses se retirassem.
Os colonos alemães da Dinamarca foram expulsos em 983 por tropas leais a Harald. Pouco tempo mais tarde, Harald acabaria por ser morto pela tropas rebeldes de seu filho Sueno I da Dinamarca.
Casamentos:
O Rei Harald I casou três vezes:
Gyrid da Suécia, teve 4 filhos:
- Tyra da Dinamarca
- Sweyn Forkbeard
- Haakon Haraldsson
- Gunhilde
Tove de Obotrites; Não se sabe se teve filhos.
Gunhild; Não se sabe se teve filhos.