Christian VII da Dinamarca (1766-1808)
Christian VII (Copenhaga, 29 de Janeiro de 1749 - Rendsburg, 13 de Março de 1808) foi o Rei da Dinamarca e Noruega de 1766 até à sua morte. Era filho de Frederik V e da sua primeira esposa Luísa da Grã-Bretanha.
Juventude:
Christian, quando era príncipe-herdeiro.
Em 1747 a Dinamarca se deparou com a morte do herdeiro do trono, também chamado Christian, que veio a falecer com apenas dois anos de idade, um mês anterior ao seu terceiro aniversario, portanto, grandes expectativas foram formadas em torno do anuncio do nascimento de um possível herdeiro varão em 1749. Durante as comemorações na corte celebrando o nascimento do novo príncipe-herdeiro, foi apresentada a composição de Christoph Willibald Gluck, ''"La Contesa dei Numi"'' (a contenção dos deuses) , Gluck que foi maestro da ópera da corte, entre os anos de 1748-1749, compôs a cena, onde os deuses do Olimpo se reuniam às margens do Grande Belt e discutiam quem, em particular, deveria proteger o novo príncipe.
Sua mãe, a rainha Luisa morreu aos 27 anos de idade, em 1751, dois anos após seu nascimento. No ano seguinte, seu pai casou-se com a duquesa Juliana-Maria de Brunsvique -Wolfenbüttel.
A educação do futuro rei foi confiada ao conselheiro de estado o Conde Christian Ditlev Frederik Reventlow ( 1712-1783 ), cujos métodos de ensino, xingamentos e agressões disciplinarias, não eram adequadas a frágil disposição e saúde do jovem príncipe. Portanto, Christian se encontrava altamente despreparado ao assumir o trono aos 16 anos de idade em 1766, quando seu pai alcoólatra o rei Frederik V, veio a falecer precocemente.
Reinado:
O jovem rei estava prometido a sua prima de quinze anos a princesa britânica Carolina Matilda, irmã do rei Jorge III do Reino Unido, que estava ansioso com o casamento, porém não plenamente consciente de que o noivo era mentalmente doente. O casamento dinástico foi realizado no palácio real de Christiansborg no dia 8 de Novembro de 1766, no mesmo ano em que o noivo foi coroado.
Após o seu casamento, ele abandonou-se aos piores excessos, especialmente promiscuidade sexual. Ele desprezava Carolina-Matilda tendo declarado publicamente que ele não poderia ama-la, por ser ''"fora de moda amar a própria esposa."''
Christian VII tinha birras violentas e participava de passeios atribuídos à vandalismo e tumultos à noite em Copenhague, na companhia de prostitutas tais como a cortesã Støvlet-Cathrine. Sintomas durante este período incluíram a paranóia, a auto-mutilação e alucinações.
De 1768 a 1769 Christian estave numa viagem ao exterior onde visitou estados do Sacro Império Romano-Germânico (atual Alemanha), a Holanda, a Inglaterra e a França. Onde se apresentou nas cortes extrangeiras de forma impecável, provavelmente sob a influência de Johann Friedrich Struensee médico que, eventualmente, tomou poder sobre ele e logo se tornou amante da rainha em Copenhaga onde foi nomeado ''Livmedikus hos Christian VII'' (ou médico pessoal do rei), e introduzido como conde feudal na nobreza dinamarquersa. Struensee era ''protégé'' de um grupo de aristocratas do Iluminismo, rejeitados da corte copenhaguense, e ganhou a amizade do rei ao ter restaurado a sua saúde durante uma visita a região de Eslésvico-Holsácia.
Christian era um homem que sofria de doença mental, e de acordo com a psiquiatria moderna diagnosticar am-lhe esquizofrenia. A sua loucura nunca foi oficialmente reconhecida.
Por isso, aqueles que tinham interesses ao seu redor mantinham a ilusão de que o rei governava pessoalmente. Qualquer documento havia portanto, ter de portar a assinatura do rei para ser válido. Porém a verdade era que o poder estava com aqueles que tinham acesso direto ao rei, e por esse motivo poderiam fornecer-lhe documentos a serem assinados, primeiro Struensee que mantinha um caso com a rainha que ocasionou o nascimento de Luísa Augusta, nascida a 7 de junho de 1771, rumores na corte indicavam que ela seria filha de Struensee, já que o rei não havia visitado os aposentos da rainha durante o período passado no palácio de veraneio de Hirschholm que a concebeu, além disso suas semelhanças com o médico reforçavam o fato. Por esse motivo o conselho dinamarquês em uma astuta estratégia a casaria mais tarde com o duque de Augustenborg, um príncipe de sangue real e de uma longa linhagem de sangue nobre dinamarquês. Em 1772 uma conspiração orquestrada pela rainha-viúva Juliana-Maria, levou à queda e a execução de Struensee e a deportação da rainha Carolina-Matilda sob a acusação de lesa-majestade, após isso o poder esteve nas mãos do hábil politico Ove Hoegh-Guldberg e Juliana-Maria, representando seu filho o herdeiro-presuntivo Frederik. Finalmente, em 14 de abril de 1784, o filho do rei com Carolina-Matilda, foi declarado de maioridade legal, e em um golpe de estado, assumiu a regência do seu meio-tio. Ele continuou como regente da Dinamarca, sob o nome de seu pai até a morte de Christian em 1808, quando foi coroado rei Frederik VI.
Casamento:
O casamento de Christian VII e de Carolina Matilde da Grã-Bretanha celebrou-se a 8 de Novembro de 1766 no Palácio de Christiansborg, em Copenhaga.
Deste casamento nasceram os seguintes filhos:
- Frederik VI da Dinamarca (28 de Janeiro de 1768 – 3 de Dezembro de 1839), casado com a landegravina Maria Sofia de Hesse-Cassel; com descendência.
- Luísa Augusta da Dinamarca (7 de Julho]] de 1771 – 13 de Janeiro de 1843), casada com o duque Frederik Christian II de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Augustenburg; com descendência.
Morte:
O sarcófago de Christian VII, na Catedral de Roskilde.
Chrstian morreu aos 59 anos de um acidente vascular cerebral no dia 13 de Março de 1808 em Rendesburgo, Eslésvico-Holsácia. Rumores dizem que o rei teria se assustado ao ver auxiliares espanhóis, que ele alegou serem hostis, mas o historiador comtemporaneo Ulrik Langen, na sua biografia do rei, não indicou nenhum facto concreto que houve qualquer causa externa.
Christian VII foi enterrado na catedral de Roskilde.
O Brasão de Christian VII da Dinamarca