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A Monarquia Dinamarquesa

Notícias, informações, fotos e história da monarquia dinamarquesa e a família real.

A Monarquia Dinamarquesa

Dom | 08.09.24

Biografias - Marie de Hesse-Kassel

Blog Real

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Marie Sophie Frederikke af Hessen-Kassel (Hanau28 de outubro de 1767 – Frederiksberg22 de março de 1852) foi a esposa do Rei Frederik VI e Rainha Consorte da Dinamarca de 1808 até 1839, e também Rainha Consorte da Noruega entre 1808 e 1814. Era filha do príncipe Carlos de Hesse-Kassel e da princesa Louise da Dinamarca, sendo prima direta do seu marido.

O seu pai era o segundo filho do conde de Hesse-Kassel e, como tal, não tinha nenhum principado seu. Assim, as suas posições dependiam de outros membros cadetes de outras casas reais pela Europa. Como a Dinamarca era a que oferecia uma posição melhor, Carlos mudou-se para lá.

Assim, Marie cresceu principalmente na Dinamarca, onde o seu pai era uma figura influente, principalmente por ser o governador de várias províncias. A sua mãe era a terceira filha do Rei Frederik V da Dinamarca e, como tal, Marie Sophie era sobrinha do Rei Christian VII.

31 de julho de 1790, Marie Sophie casou-se com o seu primo direito, o príncipe-herdeiro Frederick da Dinamarca, na altura regente do reino e futuro Rei Frederik VI da Dinamarca. O seu marido era regente desde 1784, quando tinha apenas dezasseis anos de idade, em nome do seu pai, o Rei Christian VII da Dinamarca que tinha enlouquecido e morreu em 1808.

O casal real assumiu o trono após a morte do rei, tendo já sido monarcas de facto nas duas décadas anteriores. Como consequência da derrota de Napoleão Bonaparte, aliado da Dinamarca, o país perdeu a Noruega e os reis perderam o título de rei e rainha da Noruega em 1814. A rainha Marie foi regente da Dinamarca em 1814-1815, durante a ausência do seu marido que tinha ido viajar ao estrangeiro.

Marie foi escolhida pelo seu primo para esposa principalmente para que ele mostrasse como era independente da Corte que queria um casamento com mais vantagens políticas.

O casamento foi celebrado com muito entusiasmo pelo público visto que Marie Sophie era considerada completamente dinamarquesa e não estrangeira, sendo recebida com grande entusiasmo pelos seus súbditos quando chegou a Copenhaga.

Na corte real, era ofuscada pela irmã do seu marido que era a Primeira Dama da corte. Era muito pressionada para dar à luz um herdeiro masculino e quando o seu último parto lhe provocou um ferimento grave que a impedia de voltar a ter relações sexuais, foi obrigada a aceitar o adultério do marido com Frederikke Dannemand.

Teve muito êxito a gerir o estado em 1814 e 1815. Interessava-se por política e genealogia e escreveu e publicou um livro intiulado Exposé de la situation politique du Danemarc entre 1807–14 e em 1822-24 publicou o suplemento genealógico Tafeln zu Joh que inspirou o seu marido a aceitar a entrada do futuro Rei Christian IX da Dinamarca no seu círculo familiar.

Protegia a organização caritativa Det Kvindelige Velgørende Selskab desde 1815. Como viúva retirou-se da vida pública, sendo respeitada como um símbolo da velha dinastia.

Faleceu no dia 22 de março de 1852 e está sepultada na Catedral de Roskilde.

Descendência:

Marie Sophie e Frederik tiveram oito filhos, contudo, nenhum dos meninos sobreviveu aos primeiros anos de vida e, quando o rei morreu em 1839, foi sucedido pelo seu primo, o rei Christian VIII da Dinamarca. Os seus filhos foram os seguintes:

  • Christian da Dinamarca (22 de setembro de 1791 – 23 de setembro de 1791), morreu com um dia de idade.
  • Marie Louise da Dinamarca (19 de novembro de 1792 – 12 de outubro de 1793), morreu aos dez meses de idade.
  • Caroline da Dinamarca (28 de outubro de 1793 – 31 de março de 1881), casada com Ferdinand, Príncipe Hereditário da Dinamarca; sem descendência.
  • Louise da Dinamarca (21 de agosto de 1795 – 7 de dezembro de 1795), morreu aos três meses de idade.
  • Christian da Dinamarca (1 de setembro de 1797 – 5 de setembro de 1797), morreu com quatro dias de idade.
  • Juliana Louise da Dinamarca (12 de fevereiro de 1802 – 23 de fevereiro de 1802), morreu com onze dias de idade.
  • Frederica Marie da Dinamarca (3 de junho de 1805 – 14 de julho de 1805), morreu com um mês de idade.
  • Wilhelmine Marie da Dinamarca (18 de janeiro de 1808 – 30 de maio de 1891), casada primeiro com o Rei Frederik VII da Dinamarca de quem se divorciou sem descendência. Casada depois com Carlos, Duque de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg; sem descendência.

A rainha Marie Sophie lamentava o facto de não ter filhos que pudessem herdar o trono nem netos. Quando a sua irmã mais nova, a duquesa Louise Caroline de Hesse-Kassel, ficou viúva quando grande parte do grande número de filhos que tinham ainda eram muito novos, a rainha Marie aceitou receber os mais novos no seu palácio. Eram muito mais novos do que as duas filhas da rainha e pode-se considerar que a rainha se sentia como uma avó com eles. Uma dessas crianças era o príncipe Christian de Lyksborg, nascido em 1818, que se tornaria no rei Christian IX da Dinamarca.

Christian e a sua esposa Louise deram o nome de Marie Sophie Frederica Dagmar à sua segunda filha, nascida em 1847, em honra da rainha. Já depois da sua morte, essa menina tornou-se na czarina Maria Feodorovna da Rússia, mantendo o nome da rainha.

Maria Sofia tornou-se a 292.ª dama da Ordem Real da Rainha Maria Luísa a 17 de abril de 1834.

Dom | 08.09.24

Biografias - Princesa Caroline Matilde da Dinamarca

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Caroline Matilde da Dinamarca (Copenhaga28 de outubro de 1793 — Copenhaga31 de março de 1881) foi um membro da família real dinamarquesa, a filha mais velha do Rei Frederik VI da Dinamarca e de Marie Sofia de Hesse-Kassel. Era conhecida na Dinamarca por kronprinsesse Caroline(princesa-herdeira Carolina), antes do seu casamento e depois por Arveprinsesse Caroline (princesa-hereditária).

O avô paterno de Caroline tinha sido considerado louco, por isso o seu pai era regente da Dinamarca desde 1784.

O seu nascimento foi muito bem-recebido pelo público visto que os dois irmãos que tinham nascido antes tinham morrido com poucos meses de idade. Quando a princesa nasceu foi dito: Denne er Dydens Løn, flere er Folkets Bøn! ("Esta é a recompensa da virtude, a resposta para as orações das pessoas!")

Quatro meses depois do seu nascimento, a 26 de fevereiro de 1794, o Palácio de Christiansborg foi destruído por um incêndio, o que fez com que a princesa se mudasse com os pais para o Palácio de Amalienborg onde cresceu, passando os seus verões no Palácio de Frederiksberg. Após a morte do seu avô Christian VII em 1808, o seu pai sucedeu-o como rei.

Caroline era muito chegada ao seu pai. Recebeu uma educação vasta, mas não muito profunda e não era considerada nem talentosa nem bonita.

Casamento:

Os pais de Caroline não tiveram nenhum filho que sobrevivesse à infância para herdar o trono e Caroline foi excluída da sucessão por causa da Lei Sálica. Contudo, apesar deste facto, a princesa continuou a ser tratada e conhecida por princesa-herdeira antes do seu casamento por ser a filha mais velha do rei, apesar de não possuir formalmente este título.

Foram planeados vários casamentos para ela, mas nenhum se chegou a concretizar. Depois de o seu pai subir ao trono, Napoleão Bonaparte sugeriu um casamento entre Caroline e o herdeiro ao trono sueco, o príncipe Christian Augusto de Augustenborg, em 1810.

O seu pai não gostou da ideia, mas deu início às negociações que foram interrompidas pela morte do príncipe pouco depois. Entre os candidatos ao casamento com Caroline esteve o britânico duque de Clarence.

Em 1812 a princesa esteve noiva do príncipe Christian de Hesse-Kassel, mas este também veio a morrer antes da união, em 1814. Finalmente, a 1 de agosto de 1829, Caroline casou-se no Palácio de Frederiksberg com o primo direito do seu pai, o príncipe Ferdinand da Dinamarca. O casamento foi arranjado por razões políticas e dele não nasceu nenhum filho. Depois do casamento Caroline não voltou a ser chamada de princesa-herdeira até o seu marido herdar esse título.

Em 1830, Caroline sofreu queimaduras graves num incêndio que lhe desfigurou o rosto. Um dos seus ganchos de cabelo começou a arder e queimou-lhe o rosto e o cabelo. O dano na sua aparência foi permanente e ela viria mais tarde dizer que, quando se olhava ao espelho, ficava agradecida por ter amigos que conseguiam olhá-la. Voltou a sofrer queimaduras semelhantes em 1858.

Entre 1831 e 1839 administrou regularmente a supervisão das tropas de Aarhus. Quando o seu marido foi nomeado comandante-general dos Nørrejylland em 1839, Caroline acompanhou-o na sua viagem de inspecção pelas aldeias do país e foi bem-recebida pelo público. Era uma cavaleira de talento e quando acompanhou o seu esposo numa inspecção de tropas em Sjælland, exibiu os seus talentos ao exército.

Criou o asilo de Aarhus (1836) e tornou-se protectora de Vallø Stift em 1852.

Princesa Herdeira:

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Após a morte do seu cunhado, o Rei Christian VIII, em 1848, o seu marido tornou-se herdeiro presuntivo do trono dinamarquês e recebeu o título de príncipe-hereditário. Caroline tornou-se princesa-herdeira novamente, mas, ao contrário do que acontecia antes do seu casamento, tinha agora o título oficial. Contudo nunca chegou a tornar-se rainha, visto que o príncipe-herdeiro Ferdinand morreu em 1853, pouco antes do seu sobrinho, o Rei Cristiano IX subir ao trono.

O casal vivia no Palácio Bernstorffske Palæ que tinha sido renovado para eles pelo Rei Frederico VI, mas que não era uma residência importante para a corte. Caroline acabaria por viver de forma bastante cordial com o seu marido, tolerando o seu adultério e problemas financeiros. Após a morte do seu pai em 1839, Caroline distanciou-se da corte, por ser demasiado ligada ao reinado do papa.

O seu marido teve a tarefa de acompanhar Louise Rasmussen na corte enquanto ela estava zangada com o casal real. Em 1853, Caroline e Ferdinand tornaram-se muito conhecidos e aclamados por serem os únicos membros da família real dinamarquesa a ficar na capital durante uma epidemia.

Caroline era uma grande patriota e costumava dizer que não havia motivo nenhum para viajar, já que tudo era sempre melhor na Dinamarca. Também foi sempre leal à sua cidade natal e permaneceu em Copenhaga mesmo durante o surto de cólera de 1853 por respeito à cidade. Foi descrita como sendo leal, feliz e pontual.

Quando ficou viúva passou a viver uma vida isolada, distraindo-se a pagar as dívidas do seu marido. Nos seus últimos anos de vida ficou surda.

A princesa Caroline morreu na sua residência em Copenhaga no dia 31 de março de 1881. Está sepultada na Catedral de Roskilde.