Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Monarquia Dinamarquesa

Notícias, informações, fotos e história da monarquia dinamarquesa e a família real.

A Monarquia Dinamarquesa

Dom | 23.11.14

Christian VII da Dinamarca (1766-1808)

Blog Real

Christian_VII_1772_by_Roslin.jpg

Christian VII (Copenhaga, 29 de Janeiro de 1749 - Rendsburg, 13 de Março de 1808) foi o Rei da Dinamarca e Noruega de 1766 até à sua morte. Era filho de Frederik V e da sua primeira esposa Luísa da Grã-Bretanha.

Juventude:

Christian7as_crownprince.jpg

 Christian, quando era príncipe-herdeiro.

Em 1747 a Dinamarca se deparou com a morte do herdeiro do trono, também chamado Christian, que veio a falecer com apenas dois anos de idade, um mês anterior ao seu terceiro aniversario, portanto, grandes expectativas foram formadas em torno do anuncio do nascimento de um possível herdeiro varão em 1749. Durante as comemorações na corte celebrando o nascimento do novo príncipe-herdeiro, foi apresentada a composição de Christoph Willibald Gluck, ''"La Contesa dei Numi"'' (a contenção dos deuses) , Gluck que foi maestro da ópera da corte, entre os anos de 1748-1749, compôs a cena, onde os deuses do Olimpo se reuniam às margens do Grande Belt e discutiam quem, em particular, deveria proteger o novo príncipe.

Sua mãe, a rainha Luisa morreu aos 27 anos de idade, em 1751, dois anos após seu nascimento. No ano seguinte, seu pai casou-se com a duquesa Juliana-Maria de Brunsvique -Wolfenbüttel.

A educação do futuro rei foi confiada ao conselheiro de estado o Conde Christian Ditlev Frederik Reventlow ( 1712-1783 ), cujos métodos de ensino, xingamentos e agressões disciplinarias, não eram adequadas a frágil disposição e saúde do jovem príncipe. Portanto, Christian se encontrava altamente despreparado ao assumir o trono aos 16 anos de idade em 1766, quando seu pai alcoólatra o rei Frederik V, veio a falecer precocemente.

Reinado:

O jovem rei estava prometido a sua prima de quinze anos a princesa britânica Carolina Matilda, irmã do rei Jorge III do Reino Unido, que estava ansioso com o casamento, porém não plenamente consciente de que o noivo era mentalmente doente. O casamento dinástico foi realizado no palácio real de Christiansborg no dia 8 de Novembro de 1766, no mesmo ano em que o noivo foi coroado.

Após o seu casamento, ele abandonou-se aos piores excessos, especialmente promiscuidade sexual. Ele desprezava Carolina-Matilda tendo declarado publicamente que ele não poderia ama-la, por ser ''"fora de moda amar a própria esposa."''

Christian VII tinha birras violentas e participava de passeios atribuídos à vandalismo e tumultos à noite em Copenhague, na companhia de prostitutas tais como a cortesã Støvlet-Cathrine. Sintomas durante este período incluíram a paranóia, a auto-mutilação e alucinações.

De 1768 a 1769 Christian estave numa viagem ao exterior onde visitou estados do Sacro Império Romano-Germânico (atual Alemanha), a Holanda, a Inglaterra e a França. Onde se apresentou nas cortes extrangeiras de forma impecável, provavelmente sob a influência de Johann Friedrich Struensee médico que, eventualmente, tomou poder sobre ele e logo se tornou amante da rainha em Copenhaga onde foi nomeado ''Livmedikus hos Christian VII'' (ou médico pessoal do rei), e introduzido como conde feudal na nobreza dinamarquersa. Struensee era ''protégé'' de um grupo de aristocratas do Iluminismo, rejeitados da corte copenhaguense, e ganhou a amizade do rei ao ter restaurado a sua saúde durante uma visita a região de Eslésvico-Holsácia.

Christian era um homem que sofria de doença mental, e de acordo com a psiquiatria moderna diagnosticar am-lhe esquizofrenia. A sua loucura nunca foi oficialmente reconhecida.

Por isso, aqueles que tinham interesses ao seu redor mantinham a ilusão de que o rei governava pessoalmente. Qualquer documento havia portanto, ter de portar a assinatura do rei para ser válido. Porém a verdade era que o poder estava com aqueles que tinham acesso direto ao rei, e por esse motivo poderiam fornecer-lhe documentos a serem assinados, primeiro Struensee que mantinha um caso com a rainha que ocasionou o nascimento de Luísa Augusta, nascida a 7 de junho de 1771, rumores na corte indicavam que ela seria filha de Struensee, já que o rei não havia visitado os aposentos da rainha durante o período passado no palácio de veraneio de Hirschholm que a concebeu, além disso suas semelhanças com o médico reforçavam o fato. Por esse motivo o conselho dinamarquês em uma astuta estratégia a casaria mais tarde com o duque de Augustenborg, um príncipe de sangue real e de uma longa linhagem de sangue nobre dinamarquês. Em 1772 uma conspiração orquestrada pela rainha-viúva Juliana-Maria, levou à queda e a execução de Struensee e a deportação da rainha Carolina-Matilda sob a acusação de lesa-majestade, após isso o poder esteve nas mãos do hábil politico Ove Hoegh-Guldberg e Juliana-Maria, representando seu filho o herdeiro-presuntivo Frederik. Finalmente, em 14 de abril de 1784, o filho do rei com Carolina-Matilda, foi declarado de maioridade legal, e em um golpe de estado, assumiu a regência do seu meio-tio. Ele continuou como regente da Dinamarca, sob o nome de seu pai até a morte de Christian em 1808, quando foi coroado rei Frederik VI.

Casamento:

O casamento de Christian VII e de Carolina Matilde da Grã-Bretanha celebrou-se a 8 de Novembro de 1766 no Palácio de Christiansborg, em Copenhaga.

Deste casamento nasceram os seguintes filhos:

- Frederik VI da Dinamarca (28 de Janeiro de 1768 – 3 de Dezembro de 1839), casado com a landegravina Maria Sofia de Hesse-Cassel; com descendência.

- Luísa Augusta da Dinamarca (7 de Julho]] de 1771 – 13 de Janeiro de 1843), casada com o duque Frederik Christian II de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Augustenburg; com descendência.

Morte:

1024px-Coffin_Christian_VII.jpg

 O sarcófago de Christian VII, na Catedral de Roskilde.

Chrstian morreu aos 59 anos de um acidente vascular cerebral no dia 13 de Março de 1808 em Rendesburgo, Eslésvico-Holsácia. Rumores dizem que o rei teria se assustado ao ver auxiliares espanhóis, que ele alegou serem hostis, mas o historiador comtemporaneo Ulrik Langen, na sua biografia do rei, não indicou nenhum facto concreto que houve qualquer causa externa.

Christian VII foi enterrado na catedral de Roskilde.

Royal_Arms_of_Denmark_&_Norway_(1699–1819).svg.p

 O Brasão de Christian VII da Dinamarca

Dom | 23.11.14

Frederik V da Dinamarca (1746-1766)

Blog Real

Pilo_-_Frederik_V_of_Denmark.jpg

Frederik V (Copenhaga, 31 de Março de 1723 - Copenhaga, 14 de Janeiro de 1766) foi o Rei da Dinamarca e Noruega de 1746 até à sua morte em 1766. Era filho do Rei Christian VI e da rainha Sofia Madalena.

Juventude:

Christian_VI_with_his_family_by_Marcus_Tuscher_ca_

Frederik (primeiro da esquerda) e Luísa (última à direita), então príncipes herdeiros, com o rei Christian VI e a rainha Sofia Madalena, ao fundo vê-se o palácio de Hirschholm. Pintado por Marcus Tuscher, em 1744.

 

Frederik nasceu em 31 de março de 1723 no Castelo de Copenhaga. Era neto do rei Frederik IV da Dinamarca e filho do príncipe herdeiro dinamarquês Christian, e de Sofia Madalena de Brandemburgo-Kulmbach. Em 12 de Outubro de 1730, o rei Frederik IV morreu e o seu pai ascendeu ao trono como rei Christian VI. Frederik se tornou príncipe herdeiro. Christian VI e Sofia Madalena eram profundamente dedicados ao pietismo, e Frederik recebeu uma educação estritamente religiosa, embora o mesmo não tivesse interesse em sentimentos religiosos. Frederik se transformou durante sua juventude em um hedonista que gostava de prazeres mundanos, como vinho e mulheres. Sua mãe, ironicamente, se referia a ele como "Der Dänische Prinz" (literalmente "O príncipe dinamarquês", em alemão), porque ele ocasionalmente falará dinamarquês, usando o alemão como sua língua-mãe, como era costume na corte dinamarquesa da época.

A propensão de Frederik para devassidão acelerou as negociações de seu casamento, casando-se pela primeira vez em Altona, Holsácia, em 11 de dezembro de 1743 com a princesa Luísa da Grã-Bretanha, filha do rei Jorge II da Grã-Bretanha e de Carolina de Ansbach. Eles tiveram seis filhos, mas um foi natimorto. Sua consorte de personalidade vivaz viria a influenciar a sua popularidade como rei. Frederik teve inúmeras amantes, nenhuma proeminente como as amantes de seu avô. Ele preferiu parceiras casuais. Durante um período, houve um favorita que durante os anos de 1746-51 deu-lhe cinco filhos, uma mulher burguesa conhecida como madame Hansen, depois enobrecida por ele como "de Hansen," que de ano em ano era discretamente enviada a um casarão na ilha de Fiônia, para dar a luz. Luísa fingiu não notar seu adultério.

O historiador maçônico norueguês Karl Ludvig Tørrisen Bugge, alegou que Frederik ainda como príncipe herdeiro foi incluído na Loja Maçônica São Martinho, em Copenhaga, provavelmente em terceiro de Junho de 1744, e inspirado pelo rei prussiano Frederico, o Grande, que também fora incluído em uma loja maçônica em sua juventude. Ambos tiveram pais que foram violentamente opostos aos maçons, mas ao contrário do rei da Prússia, Frederik V nunca publicou sua adesão à sociedade.

Entretanto como um maçom ativo, ele inaugurou em 24 de Junho de 1749 a primeira loja maçônica da Noruega.

Durante o período de 1743-44 "O palacete do príncipe" anteriormente utilizado por Christian VI como príncipe-herdeiro foi reformulado pelo mestre de obras real Niels Eigtved em estilo rococó como uma moderna mansão urbana ao estilo arquitetônico francês, de frente a um dos canais da cidade, para o então príncipe-herdeiro Frederik, e sua consorte residirem. Os interiores, especialmente o grande salão foi decorado por Eigtved, refletindo os pomposos detalhes que caracterizavam o primeiro palácio real de Christiansborg. Atualmente o edifício é a sede principal do Museu Nacional Dinamarquês.

Reinado:

Frederick_V_by_Gerhard.jpg

Frederik V saudado pela Dinamarca-Noruega como rei, pintado por Gerhard.

 

Em 6 de Agosto de 1746 - um dia antes das festividades das bodas de prata de seus pais - o seu pai morreu no palácio de Hirschholm, então o retiro de verão da família real. Christian VI foi enterrado na catedral de Roskilde. Frederik e Luísa imediatamente ascenderam ao trono da Dinamarca-Noruega e foram ungidos na Capela do palácio de Frederiksborg no ano seguinte. A influência pessoal de Frederik era limitada, fazendo dele um dos governantes absolutos que menos fez para força do estado. Embora o rei como regente tomou parte na condução do governo, participando de reuniões de conselho, ele foi afligido pelo alcoolismo e a maior parte de seu governo foi dominado por ministros muito capazes, como o conde A.G. Moltke, - a qual ele mantinha como um favorito, J.H.E. Bernstorff e H.C. Schimmelmann marcando seu reinado com o progresso do comércio e da indústria emergente de pólvora e canhões de fundição em Frederiksværk, construída pelo burguês Johan Frederik Classen. Eles também evitaram envolver a Dinamarca nas guerras da europeias de seu tempo. O país permaneceu neutro, mesmo durante o período da Guerra dos Sete Anos ( 1756-63 ), apesar da sua proximidade aos combatentes Rússia e Suécia, um ato que, sem dúvida, formou a percepção do período como feliz.

No mesmo período foram criados um hospital e um orfanato destinado a jovens pobres, inaugurado em Christianshavn em 1 de Outubro de 1753, ambos com patrocínio da casa real. Em 29 de junho de 1753 Frederik V criou a primeira casa lotérica da Dinamarca, operante até os dias de hoje sob o nome "Klasselotteriet".

A arte e a ciência estavam em boas condições sob o seu reinado, muito provavelmente influenciado por sua cativante primeira esposa, ja ele mesmo não nutria nenhum interesse por assuntos culturais, fora novamente permitido o entretenimento público e a liberdade de expressão, que tinha sido banida sob a hipocrisia pietista que caracterizava o reinado de seu pai, e em 1748 o teatro projetado por Nicolai Eigtved, em Kongens Nytorv, praça central da cidade de Copenhaga foi reaberto, a Academia real dinamarquesa de arte, foi fundada recebendo seu nome e inaugurada oficialmente em 31 de Março 1754, seu 31º aniversário. Frederik adquiriu em 1754 o que viria a ser conhecido como as Índias Ocidentais Dinamarquesas (atual Ilhas Virgens) da Companhia das Índias Ocidentais.

O apontamento do conde Moltke como Camareiro-Mor, um cargo que já tinha sido um mero posto da corte, era agora a posição de destaque na corte que deu oportunidade a Moltke como confidente do rei a ficar próximo dele desde o acordar até ao cair da noite, com o rei comentando com ele sobre tudo que havia em mente, permitindo que Moltke pudesse influenciar em todas as áreas onde o agradara mais. 

Um dos principais interesses de Frederik eram as artes da guerra, que rivalizava com as atitudes anti-militares que caracterizavam seus conselheiros, ele gostava de expedições de caça, e ficou com predileção nos domínios de caça de Jægersborg Dyrehave a maior parte do seu tempo.

Luisa faleceu precocemente em 19 dezembro de 1751 no palácio real de Christiansborg , precedendo seu marido por 14 anos , causando grande impacto na família real e na vida da corte , onde ela era adorada . Ela foi velada com grande pompa na capela do palácio real. No momento da sua morte, ela estava grávida de seu sétimo filho, que também morreu .

Um novo casamento para o rei organizado por Moltke teve lugar no palácio de Frederiksborg em 08 de julho de 1752 com a cunhada de Frederico o Grande da Prússia, a duquesa Juliana-Maria de Brunsvique-Wolfenbüttel , na época com 23 anos de idade, filha de Fernando Alberto II , duque de Brunsvique-Wolfenbüttel. O casamento foi altamente desaprovado pelo povo que tachou que era muito cedo para o rei casar-se novamente. A corajosa princesa não caiu ao gosto do rei, com a corte ela nunca viria a ser popular - sem outra causa identificável do que provavelmente seu rígido senso de etiqueta, comumente praticada nas cortes principescas do Sacro Império, que pode ter parecido menos amigável que a inglesa Luisa. 

Seu notável filho foi o Príncipe-Presuntivo Frederico-Fernando, que viria a ser, por sua vez, pai do rei Christian VIII e avô de Luísa de Hesse, rainha e ancestral direta da atual linhagem da família real. Juliana-Maria morreu em 1796, tendo sido de fato a regente do reino sob o nome de seu filho, após a cúpula de estado contra o iluminista Johann Friedrich Struensee.

Casamentos:

A propensão de Frederik para devassidão acelerou as negociações de seu casamento, casando-se pela primeira vez em Altona, Holsácia, em 11 de dezembro de 1743 com a princesa Luísa da Grã-Bretanha, filha do rei Jorge II da Grã-Bretanha e de Carolina de Ansbach. Eles tiveram seis filhos, mas um foi natimorto.

Os filhos que tiveram foram:

- Sofia Madalena, rainha da Suécia

- Guilhermina Carolina, Eleitora de Esse

- Christian VII da Dinamarca

- Luísa, landegravina Carlos de Hesse-Cassel

Um novo casamento para o rei organizado por Moltke teve lugar no palácio de Frederiksborg em 08 de julho de 1752 com a cunhada de Frederico o Grande da Prússia, a duquesa Juliana-Maria de Brunsvique-Wolfenbüttel , na época com 23 anos de idade, filha de Fernando Alberto II , duque de Brunsvique-Wolfenbüttel. O casamento foi altamente desaprovado pelo povo que tachou que era muito cedo para o rei casar-se novamente.

Morte:

640px-Roskilde_Dom.jpg

 Sarcófago de Frederico V, na Catedral de Roskilde.

Após uma queda de embriaguez no ano de 1760, o rei teve uma de suas pernas quebrada, enfraquecendo-o muito, de acordo com declarações literárias de sua contemporânea Dorothea Biehl, o rei era por muitas vezes visto em uma condição "onde seu braço não era o suficiente forte para trazer seu chapéu a cabeça novamente, sem a ajuda de Moltke. "o rei morreu jovem com 42 anos de idade, e depois de vinte anos de reinado. Frederik foi uma boa mudança se comparado à autocracia do pio Christian VI, e quando faleceu, havia muitos que choravam. Suas últimas palavras teriam sido: "É um grande consolo para mim na minha última hora que eu nunca deliberadamente ter ofendido ninguém e que não há uma gota de sangue em minhas mãos."

Os restos do rei Frederik V estão em um sarcófago na catedral de Roskilde, ao lado do da rainha Luísa.

1024px-Frederik_V_statue_in_Amalienborg_Palace_-_D

Em 1 de agosto de 1771, cinco anos após a morte do rei, uma monumental estátua pelo escultor francês Jacques François Joseph Saly de Frederik V a cavalo vestido com o traje de um imperador romano foi revelada na praça de Amalienborg, em Copenhaga.

Royal_Arms_of_Denmark_&_Norway_(1699–1819).svg.p

 Brasão de Frederik V da Dinamarca

Dom | 23.11.14

Christian VI da Dinamarca (1730-1746)

Blog Real

Christian-VI_1699-1746_Danmark-Norge-Rex.jpg

Christian VI (Copenhaga, 30 de Novembro de 1699 - Hørsholm, 6 de Agosto de 1746) foi o Rei da Dinamarca e da Noruega de 1730 até à sua morte. Era filho do rei Frederik IV e de Luísa de Mecklemburgo-Güstrow, sendo um político habilidoso e um rei autoritário. Foi o primeiro monarca da Casa de Oldemburgo a abster-se de entrar em qualquer guerra.

Juventude:

A partir de 1706 Christian teve como seus tutores o mecklemburgues J.G. Holstein e o também alemão J.W. Schroder. Christian veio a compreender dinamarquês, porém utilizou a lingua alemã no quotidiano, verbalmente e por escrito. Nos seus diários, uma palavra dinamarquesa ocasionalmente cairá em sua pluma. Ele teve uma educação melhor e adquiriu mais conhecimento do que seu pai e avô, embora não o suficiente para um governante.

Como príncipe herdeiro Christian foi autorizado por o seu pai, a encontrar uma esposa por si mesmo. Durante uma viagem pela Europa acompanhado pelo chanceler Ulrik Adolf Holstein, o príncipe herdeiro optou por Sofia Madalena uma das damas de companhia na corte saxônica da rainha polonesa Christiane Eberhardine de Bramdenburgo, no castelo de Pretzsch. A princesa veio de uma marca minoritária da dinastia Hohenzollern (não maior do que as ilhas dinamarquesas Lolland-Falster). Ela tinha 13 irmãos e foi considerada um mal partido para a Dinamarca, mas o rei deu a sua permissão. Em cartas Christian, descreveu o seu afeto pela intensa religiosidade da princesa, que o lembrou a si mesmo. Eles se casaram em 07 de agosto de 1721, enquanto Christian era príncipe herdeiro. O casamento foi realizado em Pretzsch no Eleitorado da Saxônia.

Reinado:

The_Coronation_of_Christian_VI,_1731..JPG

 A unção de Cristiano e Sofia Madalena como reis da Dinamarca-Noruega, em 1731.

O rei foi tímido e introvertido por natureza e permaneceu longe do público. O novo casal real viveu uma vida reclusa e, embora pietista, foram rodeados pelo esplendor luxuriante de sua corte. Por trás das cortinas sempre fechadas de suas carruagens estabeleceu-se uma das eras mais tirânicas, repressivas e puritanas da história dinamarquesa.

Sua corte congelada no tempo, foi dita ser de "grande monotonia". A música era religiosa e nunca foi dançada. O rei, tanto por razões de saúde e religiosas, raramente organizou ou participou em caçadas.

A indignação de Christian pela promiscuidade e bigamia de seu pai, a razão para a grande tristeza de sua falecida mãe, levou-o a uma de suas primeiras ações de governo, invertendo a vontade do pai e privando a rainha viúva Ana Sofia Reventlow, a segunda esposa morganatica de Frederik IV, de uma grande parte da riqueza que ela tinha herdado. Finalmente exilando-a para a propriedade Clausholm, sua casa de infância.

Durante os primeiros dez anos de seu governo, Christian teve como principal conselheiro o seu primo por parte materna, o conde Christian-Ernesto de Stolberg-Wernigerode, que tinha participação em quase tudo, desde a demissão de cozinheiros na cozinha da rainha, à políticas externas do reino. Ele apoiou firmemente o rei a manter a aliança britânica, que levou ao casamento entre a filha mais jovem de Jorge II da Grã-Bretanha com seu primogénito, outros planos políticos provenientes desta aliança seria a união dinástica da filha mais jovem de Christian, Luísa, com o duque de Cumberland, filho mais jovem do rei britânico, porem este nunca veio a uma conclusão. Por fim em 1740 planos políticos direcionaram o foco para uma aliança com os Bourbons da França, o rei tinha planos ambiciosos e desejava que a sua única filha se torna-se rainha da Suécia, casando-se com um dos candidatos ao trono então vago daquele reino, o candidato seria o conde-palatino de Zweibrücken-Birkenfeld apoiado pela casa de Bourbon, porem todos os planos foram frustrados, sendo eleito o candidato da casa de Gottorp, o rei não nutria nenhum interesse em quaisquer relação com um membro desta dinastia que por longos anos fora uma das principais rivais na disputa condominial dos ducados de Eslevico e Holsácia, assim que todos os planos acabaram por frustrados.

Esse período também coincidiu com a situação político-militar no Sacro Império, que já não permitia que seu primo, como um príncipe vassalo do imperador a ser um conselheiro de estado no exterior.

Em 1742 fora assinado "O Tratado de San Ildefonso", entre o Reino da Espanha e a Dinamarca-Noruega, estabelecendo as condições que regiam as relações comerciais e de amizade entre os dois países.
José del Campillo y Cossio , em nome de Filipe V de Espanha e Frederik Ludvig, Barão Dehn, em nome de Christian VI , no Palácio Real de La Granja de San Ildefonso no dia 18 de Julho de 1742 acordaram os principais pontos do tratado, que permitia a liberdade de navegação para frotas de ambos países nos portos do outro signatário, com exceção de embarcações espanholas na Islândia, Ilhas Faroe, e colônias dinamarquesas na Groenlândia, Nordland e Finnmark, onde ordens do governo dinamarquês não permitia quaisquer comercio senão com a Dinamarca.

Navios mercantes poderiam entrar e negociar livremente em portos espanhóis, mediante declaração de bens e pagamento de práticas fiscais. Materiais para a construção naval dinamarqueses estariam isentos de imposto na Espanha. Os peixes dinamarqueses pagariam apenas a metade dos impostos incidentes. Navios de guerra de cada um dos países signatários não poderiam entrar nos portos do outro em número superior a 6 . Bens comercializados deveriam portar certificação de origem. Além de defesa mutua contra ataques piratas.

O tratado nunca fora realmente posto a prova, já que autoridades espanholas consideraram que a cláusula de isenção de metade dos impostos para a importação de peixe dinamarquês entrou em conflito com outros tratados com países terceiros, em que foram garantidos preferência no comércio com a Espanha. Em 1753 o acordo foi anulado.

Para a posteridade Christian VI é sabido principalmente como um governante religioso. Ele foi profundamente dedicado ao pietismo, e durante todo o seu reinado ele tentou transmitir seus ensinamentos aos seus súbditos.
A pressão religiosa por ele imposta, juntamente com a sua falta de charme pessoal, fez dele um dos reis absolutistas mais impopulares da Dinamarca. Posteriormente os historiadores tentaram reabilitar sua reputação.
Eles ressaltaram que ele não era tão intolerante como tinha sido dito. Contudo, a impressão negativa, perdurou através dos anos.

Uma de suas reformas domésticas foi a introdução da stavnsbånd, uma lei de 1733 que forçava os camponeses a permanecer em suas regiões de origem, e os sujeitava a subjugação tanto a nobreza local quanto ao exército. Embora a ideia por trás dessa lei fora, provavelmente, para garantir um número constante de soldados camponeses, que mais tarde foi amplamente considerado como a última subjugação do campesinato dinamarquês. Este acto também danificou em grande parte a reputação de Christian. A lei foi abolida em 1788.

Christian VI foi também um grande empreiteiro, houve numerosas "actividades de construção" ligadas ao seu mandato, e ele foi provavelmente o maior construtor dinamarquês do século 18. Sua rainha também fez um esforço notável. Entre as suas obras estão o palacio real de Christiansborg (construído em 1732-42, incendiado em 1794, reconstruído), o palacio de Hirschholm em Zelândia do Norte no atual município de Hørsholm (construído em 1737-39, demolido em 1812) e o palacete Eremitage (construído em 1734-1736, ainda de pé).

Para o príncipe herdeiro Frederik (V), foi construído o palácio do príncipe em Kalveboderne (1743-1744 ainda está de pé, como o Museu Nacional). Estes caros edifícios foram erguidos financiado pelo Øresundstolden com a finalidade de representar o poder e a riqueza do reino dinamarquês, mas também se tornou um fardo económico sobre os súbditos.

A Dinamarca-Norega sob o seu reinado foi estritamente neutra, algumas novas empresas e bancos foram fundadas. Pessoalmente, Christian era um homem com uma tendência a fugir a sociedade humana. Desde a sua juventude, ele era muito doente, e várias doenças levou-o à sua morte precoce.

Casamento:

Sofia Madalena era uma das damas-de-companhia da marquesa Cristiana Bernardina de Brandemburgo-Bayreuth, rainha da Polónia, posição através da qual ela e Christian se conheceram. A 7 de Agosto de 1721, Christian e Sofia Madalena casaram-se. Tiveram os seguintes filhos:

- Frederik V da Dinamarca (1723 - 1766)

- Luísa da Dinamarca

- Luísa da Dinamarca e Noruega (1726 - 1756)

Morte:

Roskilde_kathedraal_20.jpg

Sarcófago de Christian VI, Wiedewelt escolheu como seus elementos de apoio esfinges egípcias.

 

Em 6 de Agosto de 1746 - um dia antes de suas bodas de prata- o rei morreu no palacio de verão de Hirschholm. Ele foi enterrado na Catedral de Roskilde. O memorial neoclássico foi projetado pelo escultor Johannes Wiedewelt encomendado pela rainha viúva. O monumento de mármore foi completado em 1768, mas não instalado na Catedral de Roskilde até 1777. O monumento inclui um sarcófago e duas figuras femininas, "Sørgen" ("Tristeza") e "Berømmelsen" ("Fama"). Este foi o primeiro sarcófago neoclássico na Dinamarca e é considerado como o início do neoclassicismo naquele país.

Royal_Arms_of_Denmark_&_Norway_(1699–1819).svg.p

 Brasão de Christian VI da Dinamarca

 

Dom | 23.11.14

Frederik IV da Dinamarca (1699-1730)

Blog Real

Frederik_den_4.jpg

Frederik IV (Copenhaga, 11 de Outubro de 1671 – Odense, 12 de Outubro de 1730) foi o Rei da Dinamarca e da Noruega de 1699 até à sua morte. Era filho do rei Christian V e da rainha Carlota Amália de Hesse-Cassel.

Frederik foi considerado um homem de responsabilidade e indústria - frequentemente considerado como o mais inteligente dos monarcas absolutos da Dinamarca. Ele parece ter dominado a arte de manter-se independente dos seus ministros. Embora lhe faltasse interesse de conhecimentos académicos, ele foi um patrono da cultura, especialmente na arte e na arquitetura.

"Dominus mihi adiutor" (O Senhor é meu auxílio) foi o lema que ele escolheu para o seu reinado.

Juventude:

Christian-5-with_his_children.jpg

O príncipe-herdeiro Frederico (IV), com seu pai no centro, e seus irmãos os príncipes Christian e Carlos.

 

Como príncipe-herdeiro, Frederik ampliou a sua educação, viajando pelo continente, em uma jornada liderada por seu camareiro-mor Ditlev Wibe. Ele ficou particularmente impressionado com a arquitetura na Itália e, em seu retorno à Dinamarca, pediu ao seu pai, Christian V, permissão para construir um palácio de verão em Solbjerg como a colina em Valby era então conhecida, local onde está de pé o palácio de Frederiksberg.

O edifício original, provavelmente desenhado por Ernst Brandenburger, foi concluído em 1703 para o jovem príncipe como uma pequena residência de verão de um andar.

Frederik foi permitido a escolher a sua futura esposa de um numero de filhas solteiras de protestantes reinantes no norte do Sacro Imperio Romano Germanico. Ele visitou em 1795 a corte ducal de Gustavo-Adolfo em Güstrow. Mas ele foi angustiado por uma mensagem recebida noticiando a doença de seu irmão mais novo Christian - na verdade a mensagem só chegará quando o príncipe Christian já tinha falecido na cidade de Ulm, de febra tifoide - afligido e sem ser capaz de completar a jornada, Frederik foi forçado a submeter seu cortejo a mais velha das princesas solteiras. Não há dúvida de que este resultado era o que seus pais queriam e que seus auxiliares tinham sido previamente informados. Em 5 de dezembro de 1695, ele casou-se no castelo de Copenhague, com Luisa de Güstrow -ela por si só uma tatara-tataraneta do rei Frederik II da Dinamarca,- o príncipe herdeiro esperava que ela não iria interferir em sua infidelidade diante do matrimonio, por seu senso extremo de religiosidade. Menciona-se que ela terá causado inúmeras cenas constrangedoras na corte durante os casos amorosos de Frederik, provavelmente resultado de sua atitude submissiva e fraqueza em sua grande tarefa como rainha. O casal foi coroado Rei e Rainha da Dinamarca-Noruega em 25 de agosto de 1699 na capela de Frederiksborg.

Reinado:

640px-Königstreffen_1709.jpg

 Encontro de três reis em Potsdam, 1709. Os reis da Polónia, da Prússia e da Dinamarca-Noruega.

Por grande parte do reinado de Frederik IV a Dinamarca esteve engajada na Grande Guerra do Norte (1700-1721) contra a Suécia de seu primo Carlos XII. Apesar da conclusão da Paz de Travendal em 1700, houve logo uma invasão sueca e ameaças de grandes potências navais européias. Em 1709, a Dinamarca novamente entrou na guerra estimulada pela derrota da Suécia na Poltava. Um grande exército dinamarquês comandado pelo conde Christian Detlev Reventlow invadiu aquele ano as antigas possessões dinamarquesas no sul da Península Escandinava, Escania e Halland. O exército dinamarquês deixou o sul da Suécia depois de ser derrotado por Magnus Stenbock em Helsingborg em 1710.

O poder que Frederik não conseguiu reabilitar na Escandinávia ele obteve na Alemanha. O propio monarca conduziu o seu exército e, apesar de ter sido derrotado na Batalha de Gadebusch em 1712, ele derrotou os suecos naquele mesmo ano, usurpando o principado sueco de Bremen e ganhando o Eleitorado de Hanover como aliado na guerra. O rei participou ativamente em ações militares contra a Pomerânia sueca, em combinação com os exércitos da Saxónia e da Prússia. Em 1715 os suecos foram expulsos do porto de Stralsund e Wismar foi conquistada em 1716. Com as suas vitórias, Frederik ganhou o controle do norte da Pomerânia.

Com uma Suécia já debilitada e o apoio de potências como a Grã-Bretanha Frederik planejou novos ataques, desta vez atacando desde as suas possessões norueguesas. A expedição nunca aconteceu desde que foi assinada uma trégua entre os beligerantes, em 3 de julho de 1720 no Tratado de Frederiksborg.

Apesar de a Dinamarca ter sido vitoriosa, ela não conseguiu reconquistar suas posses perdidas no sul da Suécia e não pode mais manter suas conquistas na Pomerânia. O resultado mais importante contudo foi a dissolução do partido pró-Sueco do duque de Holsatia-Gottorp, que restabeleceu a supremacia da Dinamarca em todo o território de Slesvigo-Holsatia.

 

Após o fim da guerra, o comércio e a cultura começaram a florescer. O primeiro teatro público dinamarquês, Lille Grönnegade, foi criado e o célebre dramaturgo Ludvig Holberg deu início à sua carreira. Durante o governo de Frederik Copenhaga foi atingida por dois desastres: a peste bubônica de 1711, e o grande incêndio de outubro de 1728, que destruiu a maior parte da capital medieval.

Frederik nutria um interesse especial pela arquitetura italiana tendo por duas vezes visitado a Península Itálica. Mais tarde, ele teve a chance de ter construído em seu reino dois palácios de verão ao estilo barroco italiano: Frederiksberg e Fredensborg.

Casamentos:

A 5 de Dezembro de 1695 Frederik IV da Dinamarca casou-se com Luísa de Mecklemburgo-Güstrow. Tiveram os seguintes filhos:

- Christian da Dinamarca

- Christian VI da Dinamarca

- Frederik Carlos da Dinamarca

- Jorge da Dinamarca

- Carlota Amália da Dinamarca

A 4 de Abril de 1721, pouco depois da morte da rainha Luísa, o rei casou-se com Ana Sofia uma segunda vez. Desta vez o casamento foi formal e cheio de cerimonial. Apesar de ter provocado grande escândalo entre a nobreza dinamarquesa e pela realeza europeia, Frederik recusou-se a considerar o casamento morganático, visto que cumpria as normas da época de que a realeza se podia casar com nobres oficializados bem como com os seus próprios súbditos. O rei reconheceu Ana Sofia como sua rainha e a sua coroação realizou-se em Maio de 1721. Muitos referem-se a ela como a primeira rainha morganática da Dinamarca, mas na verdade o mesmo já tinha acontecido com Ulvhild Håkansdotter (que casou com o Rei Niels I da Dinamarca). Nasceram três filhos da união, mas todos morreram com um ano de idade. Muitos viram este facto como um castigo pela bigamia do rei.

Os filhos eram:

- Cristina Amália da Dinamarca

- Frederik Christian da Dinamarca

- Carlos da Dinamarca

Morte:

RoskildeDomkirke-Hoejkoret.jpg

Durante os seus últimos anos, o rei sofreu com a sua saúde fraca e com mágoas particulares que o inclinaram para o pietismo. Essa forma de fé prevaleceria durante o reinado do seu filho. Em sua morte, em 1730, Frederik IV foi enterrado na Catedral de Roskild

110px-Royal_Arms_of_King_Frederick_IV_of_Denmark_a

 Brasão de Frederik IV da Dinamarca