Aprovada igualdade de sexos na subida ao trono da Dinamarca
Uma expressiva maioria autoriza revisão constitucional para dar direitos iguais a princesas e príncipes. Só 11,6% dos eleitores votaram contra.
Os dinamarqueses pronunciaram- -se domingo, em referendo, a favor de uma alteração constitucional que permita a subida ao trono das princesas, mesmo que tenham irmãos, contrariando assim uma regra secular no país. A actual soberana, Margarethe II, subiu ao trono em 1972 - o que só se tornou possível pelo facto de o pai, Frederik IX, não ter filhos varões. A partir de agora, o herdeiro poderá ser sempre o filho primogénito, independentemente do seu sexo, de acordo com a opinião expressa por cerca de 78% dos eleitores da Dinamarca.
Segundo o canal televisivo dinamarquês DR, apenas 11,6% dos eleitores votaram contra a alteração das regras dinásticas, negando que as princesas tenham os mesmos direitos que os príncipes num dos países que se orgulha de possuir uma das legislações mais avançadas do mundo em matéria de igualdade sexual.
Curioso foi o facto de 10,2% dos boletins de voto depositados nas urnas estarem inutilizados, o que está a ser entendido como uma manifestação de protesto contra a própria instituição monárquica. Isto apesar de a família real dinamarquesa manter índices de popularidade extremamente elevados.
De acordo com a lei dinamarquesa, para que um referendo tenha validade jurídica necessita de ter a participação de pelo menos 40% dos eleitores, o que sucedeu neste caso: 55% acorreram às urnas, em simultâneo com as eleições europeias.
Os efeitos práticos de uma equiparação das mulheres aos homens só poderão ocorrer no caso de uma eventual bisneta de Margarethe II, que tem um filho varão, o príncipe Frederik, de 41 anos, e o seu neto Christian, de três anos, como herdeiros directos.